Pacientes aguardam decisão da Anvisa para tratamento de doença mortal

 on  with No comments 
In  




Pacientes aguardam uma decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para saber se poderão ou não ser tratados com o Elevidys no Brasil. O medicamento foi autorizado no país para pacientes pediátricos em dezembro de 2024, no entanto, após três mortes suspeitas de pacientes que utilizavam o Elevidys nos Estados Unidos (EUA), a Anvisa suspendeu o uso no Brasil em 24 de julho de 2025.


Um dos pacientes que aguarda o posicionamento final da Anvisa é o Paulo Azevedo (foto em destaque), de 7 anos, diagnosticado com Distrofia Muscular de Duchenne, doença rara genética, degenerativa e mortal.


Veja:



Antes da suspensão da Anvisa, a família da criança, que mora no Distrito Federal, conseguiu no Supremo Tribunal Federal (STF) uma decisão favorável que garantia o tratamento para Paulo com o Elevidys através do SUS.


“Nosso filho, Paulo, precisa receber o Elevidys antes de completar 7 anos, 11 meses e 29 dias. Cada dia é crucial para que o tratamento possa ter efeito. Ele nasceu em 16 de maio de 2018. Desde então, sua vida tem sido uma luta diária contra Duchenne”, desabafou a mãe do menino, Emanuelle de Azevedo Soares Varela, 38.


1 de 6

Pacientes com doença rara esperam a palavra final da Anvisa para saber se poderão ou não ter acesso ao tratamento com Elevidys

Material cedido ao Metrópoles
2 de 6

Paulo é um destes pacientes

Material cedido ao Metrópoles
3 de 6

O menino nasceu com Distrofia Muscular de Duchenne

Material cedido ao Metrópoles
4 de 6

Duchenne é uma doença rara, degenerativa e mortal

Material cedido ao Metrópoles
5 de 6

No entanto, a Anvisa suspendeu temporariamente o uso do medicamento no Brasil

Material cedido ao Metrópoles
6 de 6

Para a família, a demora no tratamento pode causar danos irreversíveis para Paulo

Material cedido ao Metrópoles

Após completar 7 anos 11 meses e 29 dias de vida Paulo poderá perder a elegibilidade para o tratamento. Pois, o Elevidys tinha sido aprovado pela Anvisa para tratamento de crianças entre 4 e 7 anos. “Nossa esperança depende da agilidade e compreensão de quem tem o poder de ajudar. Faz 90 dias que a Anvisa suspendeu o medicamento, e sentimos o peso da corrida contra o tempo. Cada dia sem Elevidys é um dia em que a doença avança, tirando dele força, mobilidade e momentos que nenhum pai deveria perder”, pontuou



Roubo diário


Como se trata de doença degenerativa e progressiva, Paulo se encontra cada dia mais cansado e não percorre longas distâncias, a exemplo de um passeio no shopping. O menino enfrenta maiores dificuldades para se levantar do chão, correr, brincar. Para Emanuelle, todos os dias a doença rouba um pouco do filho.


“É muito triste você ver seu filho perder habilidades que conquistou e ir simplesmente parando… Não jogar bola como as demais crianças, não ter uma bicicleta porque não consegue pedalar. Chegar em casa e ouvir dele que os amiguinhos da escola falaram que ele é uma tartaruga porque ele é lento”, lamentou.


Duchenne


A Distrofia de Duchenne é uma doença neuromuscular genética. É um distúrbio degenerativo progressivo e irreversível no tecido muscular, em especial a musculatura esquelética, que recobre totalmente o esqueleto e está presa aos ossos. A doença afeta a musculatura cardíaca e o sistema nervoso.


“Cada dia de demora é um passo que Paulo deixa de dar. Cada semana sem resposta é uma infância que escapa pelos dedos. Não é apenas uma questão técnica. É uma questão de vida. E vidas não podem esperar”, comentou.


Anvisa


Na quarta-feira (29/10), a Anvisa informou, em comunicado oficial, que o uso do Elevidys continua suspenso enquanto os estudos sobre o medicamento são concluídos e as tratativas com a empresa Roche Farma Brasil, responsável pelo registro do produto no país, estão em andamento. O informe não apresentou previsão para a conclusão do trabalho.


Segundo a Anvisa, a suspensão é uma medida de precaução. “Embora esses casos não tenham ocorrido na população aprovada para uso do medicamento no Brasil, os eventos levantaram preocupações sobre o risco potencial de toxicidade hepática associada à tecnologia vetorial”, argumentou.


Em 17 de outubro, a Anvisa promoveu um painel científico independente, reunindo seis especialistas brasileiros de reconhecido saber nas áreas de distrofia muscular de Duchenne, neurologia, genética e terapias gênicas. Além da Roche, a Anvisa mantém um diálogo técnico com outras autoridades sanitárias estrangeiras.


De acordo com a Anvisa, a decisão sobre a terapia será tomada com base em evidências científicas robustas, avaliação técnica multidisciplinar e transparência regulatória.


“A retomada do uso clínico do medicamento no Brasil dependerá da conclusão das análises técnicas e da validação das medidas de redução dos riscos que estão sendo atualmente discutidas e implementadas. Somente após a confirmação da segurança, em conformidade com o marco regulatório nacional, a Agência poderá autorizar a reintrodução do produto no mercado”, informou.


O Metrópoles entrou em contato com a Anvisa para questionar sobre o caso de Paulo, mas ainda não teve retorno. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.






Source link

https://jornalismodigitaldf.com.br/pacientes-aguardam-decisao-da-anvisa-para-tratamento-de-doenca-mortal/?fsp_sid=222514
Share:

0 #type=(blogger):

Postar um comentário