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“Campeão” dos vegetais: a verdura que o CDC elegeu como a número 1

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Todos sabemos que vegetais são fundamentais para a saúde, cheios de vitaminas, fibras e minerais. No entanto, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) apontou um campeão entre eles.


O agrião se destaca por promover a longevidade e melhorar a qualidade de vida. Incluir esse alimento na sua dieta diária pode trazer benefícios incríveis. Prepare-se para conhecer o segredo de uma vida mais longa e saudável.



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Adicionar esse superalimento a saladas, sucos ou sopas oferece uma dose potente de compostos. Esses combatem o estresse oxidativo, que acelera o envelhecimento e eleva o risco de doenças crônicas, protegendo seu corpo de dentro para fora.


Confira mais informações no portal NSC Total, parceiro do Metrópoles.


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Psicologia do ranço: por que sentimos antipatia por alguém sem motivo?

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Quem nunca disse a frase “não fui com a cara dele” ou “o santo não bateu”? Essa sensação de antipatia imediata, muitas vezes chamada de “ranço”, surge mesmo sem convivência anterior ou um motivo claro. Isso ocorre porque o cérebro está o tempo todo fazendo julgamentos rápidos: em segundos avalia expressões faciais, tom de voz e postura para decidir se alguém transmite confiança ou não.


O sociólogo Tony Gigliotti Bezerra, pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), destaca que essa antipatia imediata pode refletir estigmas sociais. “Alguns grupos são historicamente estigmatizados, como mulheres, pessoas negras, LGBTs ou pessoas com deficiência. Muitas vezes, a antipatia imediata está ligada a preconceitos enraizados, como racismo e machismo”, explica.



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Ele lembra que esses estereótipos são transmitidos de geração em geração, inclusive em ditados populares com conteúdo discriminatório. “Se as pessoas podem ser ensinadas a odiar, também podem ser ensinadas a amar”, cita, reforçando que a desconstrução de preconceitos depende de educação inclusiva.


Além disso, Tony ressalta que normas sociais e a pressão de grupo podem reforçar esse comportamento. “No ambiente policial, por exemplo, existe um racismo institucional que aumenta a chance de pessoas negras sofrerem abordagens violentas. Já em contextos machistas, piadas preconceituosas funcionam como mecanismos de coesão social, aproximando uns e afastando outros”.


Para o psicólogo Douglas Kawaguchi, do Hospital Sírio-Libanês, o ranço imediato é resultado de dois tipos de processamento cerebral: o rápido, intuitivo e primitivo (cognição tipo 1), e o mais lento e racional (cognição tipo 2). “A antipatia inicial nasce da cognição tipo 1, que age antes mesmo de uma análise racional”, afirma.


Ele explica que experiências passadas também influenciam, já que lembranças inconscientes podem ser reativadas quando encontramos alguém que nos recorda de situações desagradáveis.


Segundo Kawaguchi, o ranço pode ser tanto uma forma de autoproteção quanto um viés comportamental. “Quando não é questionado, esse julgamento pode se transformar em preconceito ou hostilidade”, enfatiza.


Foto colorida de menino de pele clara, com cara feia, olhando para a câmera, vestido com blusa roxa - MetrópolesA antipatia imediata pode ser reflexo de estigmas sociais
A psicóloga Marcela Godoi Silva, analista do comportamento clínico, reforça que nossas reações são fruto de aprendizados ao longo da vida. “Generalizamos experiências negativas e projetamos características em pessoas que sequer conhecemos. Isso dá a impressão de que o ranço é algo automático, mas, na verdade, é um reflexo de vivências anteriores e de aprendizados culturais”, explica.

Ela alerta que, quando esses julgamentos não são elaborados, podem gerar impactos sociais e emocionais graves, como exclusão, bullying e até quadros de depressão e ansiedade. “É possível reduzir essas reações com autoconhecimento. Quando compreendemos nossa história e nossos filtros, conseguimos ressignificar comportamentos automáticos e dar uma segunda chance a quem não agradou de início”.


O ranço, portanto, é um fenômeno que combina biologia, comportamento e sociedade. Se, por um lado, é resultado de mecanismos cerebrais criados para garantir proteção, por outro também carrega os estereótipos e preconceitos que atravessam a vida em sociedade.


Saber reconhecer esse processo pode ser um primeiro passo para evitar injustiças e transformar a antipatia automática em uma oportunidade de reflexão e empatia.


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O que a febre oropouche no Sudeste tem a ver com o plantio de bananas

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Antes restrita à região amazônica, a febre oropouche agora está concentrada na Região Sudeste do país. De cada 10 casos da doença confirmados em 2025, oito ocorreram na região, segundo o Painel de Monitoramento de Arbovíroses do Ministério da Saúde.


Neste ano, já foram registrados 11.904 casos de oropouche (informações atualizadas até 18/8), sendo que mais de 10 mil ocorreram nos estados do Espiríto Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.


Além de ser um enigma desafiador para os cientistas, descobrir como um vírus associado à Amazônia atravessou o país traz informações importantes para definir políticas de saúde pública.



Uma pesquisa recente publicada na revista Plos One trouxe algumas pistas sobre o assunto. O trabalho conseguiu associar os surtos de oropouche às mudanças climáticas ao comparar a localização dos casos confirmados com dados sobre a temperatura, o regime de chuvas e o uso do solo.


“Percebemos que as áreas em que a oropouche está em expansão coincidiram com locais onde a temperatura média e as chuvas aumentaram, bem como o desmatamento”, explica Camila Lorenz, principal autora do trabalho, que é pesquisadora do Instituto Butantan.


Clusters específicos


A pesquisa dela também revelou que os clusters (regiões com mais casos confirmados) fora da Amazônia ocorreram em municípios onde havia plantações de banana e cacau. “São culturas com muita matéria orgânica em decomposição, o que favorece a proliferação do maruim”, completa. O maruim, também conhecido como mosquito-pólvora, é o vetor do vírus oropouche.


Em outro trabalho publicado na The Lancet Infectious Diseases, pesquisadores da Fiocruz já haviam associado a circulação do vírus oropouche fora da Amazônia às bananeiras. Analisando as razões para a explosão de casos no Espírito Santo, os cientistas descobriram que os municípios que mais registraram doentes eram os que tinham maiores áreas dedicadas ao cultivo de bananas.


A hipótese que atravessa os dois trabalhos é que o maruim tenha se tornando um vetor mais abundante por causa das mudanças climáticas. “Ambientes quentes e úmidos são favoráveis para os artrópodes, em geral. O ciclo de vida deles se torna mais rápido, o que aumenta a disponibilidade de vetores”, comenta Tiago Gräf, principal autor do trabalho publicado na The Lancet.

Além disso, a substituição de ambientes de mata nativa por plantações teria oportunizado o contágio e aproximado o mosquito-pólvora das cidades. “Quanto mais desmatamos, mais expostos aos vírus ficamos. Nesse caso, a substituição da mata por plantações nos deixou mais vulneráveis à oropouche pois são ambientes com matéria orgânica”, completa Tiago, que é pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz.


Vírus mais contagioso


Na ciência como na vida, é difícil resumir um fenômeno a uma única explicação, as causas costumam ser multifatoriais. Ou seja, o crescimento no número de casos e o espalhamento da doença para o resto do país também estão relacionados a mutações no vírus.


Em setembro de 2024, pouco depois de aparecerem os primeiros casos fatais da doença, o grupo liderado pelo pesquisador Felipe Naveca, da Fiocruz, revelou que o vírus oropouche em circulação era uma versão diferente do que a identificada nos anos 1960.


A linhagem atual, descrita em um artigo publicado na revista Nature Medicine, apresenta alterações na superfície que a tornaram mais contagiosa e mais virulenta, capaz de se replicar no hospedeiro de maneira mais rápida. “As mutações permitiram que o vírus aumentasse sua capacidade de transmissão, isso contribui para o espraimento, mas não é o único fator”, afirma Naveca.

A expectativa é que uma pessoa infectada dissemine o vírus para até duas, lembrando que, nesse caso, o contágio não é pessoa a pessoa. O indivíduo infectado passa o vírus para o mosquito-pólvora que, por sua vez, picará e transmitirá o vírus a uma pessoa saudável.


O terceiro fator que completa a explicação sobre o crescimento da oropouche não é relativo à doença, mas à capacidade do sistema de saúde de diagnósticá-la. O Brasil começou a testar os pacientes para o vírus de dois anos para cá, então, é provável que resultados que vemos hoje nos boletins epidemiológicos estivessem invisíveis no passado devido à falta de testagem.


“É bem possível que muitos casos de oropouche tenham sido confundidos com dengue ou chikungunya, doenças que têm sintomas muito parecidos”, afirma o pesquisador Tiago Gräf. “A ampliação da testagem é um avanço, pois nos permite acompanhar o comportamento do vírus”, completa.

Risco de epidemia?


Os sintomas da oropouche são semelhantes aos da dengue e da chikungunya: febre de início súbito, dor de cabeça, dor muscular e dor nas articulações. O paciente infectado também pode sentir tonturas, dores oculares e calafrios.


Neste ano, de acordo com o Painel de Monitoramento de Arbovíroses, já ocorreram 1.618.413 casos de dengue e 119.821 casos de chikungunya. A pergunta que muitos se fazem é se o vírus oropouche tem potencial para atingir proporções epidêmicas como esses outros dois vírus.


Ao menos nesta parte, a resposta parece ser tranquilizadora. Apesar de parecidas em relação aos sintomas, as doenças são transmitidas por vetores diferentes. O Aedes aegypti é muito bem adaptado às cidades: precisa apenas de calor e água empoçada para se reproduzir.


O maruim, conforme já explicado, exige lugares quentes, úmidos e com matéria orgânica abundante. De acordo com a pesquisa liderada por Tiago, a incidência da oropouche foi quatro vezes maior em municípios com menos de 50 mil habitantes em comparação com núcleos urbanos com mais de 200 mil habitantes. Ou seja, o vírus circulou porque estava mais próximo do campo e, inclusive as pessoas que adoeceram eram, em sua maioria, trabalhadores rurais.


Para a oropouche alcançar um patamar semelhante ao da dengue, o vírus teria que encontrar outro vetor, que fosse adaptado a viver nas cidades, mais próximo dos seres humanos – isso só costuma acontecer depois de milhares de anos de evolução. “O vírus da oropouche se dá com o maruim, mas não se dá com o Aedes. Os dois são de famílias muito distintas, é improvável que o Aedes se torne algum dia um vetor para a oropouche”, completa Tiago.


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Fome caiu, mas falta biodiversidade na dieta brasileira, dizem nutris

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*O artigo foi escrito pelas nutricionistas Marina Maintinguer Norde, Nutricionista, mestra e doutora pela Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo (USP);  Jaqueline Lopes Pereira, Pós-doutoranda em Nutrição em Saúde Pública também na USP; e das comunicadoras cientíicas Fernanda Gomes Ferreira Teixeira, da USP, e Mariana Ceci, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e publicado na plataforma The Conversation Brasil.


No fim do último mês de julho, a notícia repercutiu no país inteiro: o Brasil voltou a sair do Mapa da Fome. Após registrar 4,7% da população em risco de subnutrição entre 2020 e 2022, o país retornou ao patamar inferior a 2,5%, limite adotado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para esse indicador. Os dados são do relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025 (SOFI 2025), apresentado em 28 de julho, durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU (UNFSS+4). Sair do mapa da fome é um avanço importante — mas ampliar a segurança alimentar exigirá valorizar a biodiversidade brasileira.


O SOFI é produzido por cinco agências da ONU: a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Programa Mundial de Alimentos (WFP), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). O relatório reúne informações sobre fome, desnutrição, obesidade, insegurança alimentar e os impactos da inflação nos alimentos.


Estar no Mapa da Fome significa que uma parcela expressiva da população não tem acesso regular à quantidade mínima de alimentos necessária para uma vida saudável. O Brasil havia deixado esse mapa entre 2013 e 2015, mas voltou a figurar nele em 2019, com 4,1% da população em situação de subnutrição — índice que subiu para 4,7% no triênio seguinte.



Dois conceitos: insegurança alimentar e subnutrição


Para compreender esses números, é importante diferenciar dois conceitos frequentemente usados de forma intercambiável, mas que não são iguais: “insegurança alimentar” e “subnutrição”. A insegurança alimentar, medida no Brasil pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, capta a percepção das famílias sobre acesso regular a alimentos em quantidade e qualidade adequadas. Trata-se, portanto, de um indicador mais subjetivo, baseado nas respostas das pessoas a questionários, e que, além da quantidade, também engloba a qualidade dos alimentos que compõem o prato dos brasileiros.


Já a subnutrição é estimada pela Prevalência de Subalimentação (em inglês, Prevalence of Undernourishment ou PoU), um indicador objetivo que mede a proporção da população cujo consumo habitual de calorias é inferior ao mínimo necessário para manter uma vida ativa e saudável. Ao contrário da escala de insegurança alimentar, a PoU não se baseia em entrevistas, mas em cálculos realizados por agências internacionais, como a FAO, a partir de dados demográficos e do balanço de produção e comércio de alimentos de cada país.


O método parte de duas estimativas principais: a quantidade total de calorias necessária para atender às necessidades de toda a população e a disponibilidade de calorias no mercado interno, considerando a produção nacional, as importações e as exportações. A diferença entre o que seria necessário e o que está disponível permite estimar o número de pessoas que não têm suas necessidades energéticas atendidas.


O Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) está previsto no artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. No Brasil, foi incorporado ao artigo 6º da Constituição em 2010, por meio da Emenda Constitucional nº 64. O DHAA garante acesso físico e econômico a alimentos e aos meios para obtê-los, como renda ou terra, e se articula à Segurança Alimentar e Nutricional, definida pela Lei Orgânica de 2006 (Losan). Por isso, a saída do Brasil do Mapa da Fome não é um dado trivial: trata-se, sobretudo, do cumprimento de um direito fundamental.


Insegurança alimentar é maior em zonas rurais


O problema da fome, no entanto, não está apenas na oferta de alimentos: é preciso que as pessoas consigam acessá-los. No Brasil, por exemplo, até 2022, embora o número absoluto de pessoas famintas seja maior nas áreas urbanas, especialmente na região sudeste, a insegurança alimentar proporcionalmente atinge de forma mais intensa os habitantes das zonas rurais. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) mostram que, em 2022 e 2023, a produção e colheita de grãos no Brasil alcançaram 41,5 milhões de toneladas, um recorde nacional. Ainda assim, apesar de o país ser um grande produtor de soja, carne e milho, a insegurança alimentar permaneceu como um problema persistente.


Outro ponto destacado pelo relatório SOFI diz respeito ao impacto da inflação sobre o preço dos alimentos como uma preocupação central, especialmente para países de baixa e média renda, mais vulneráveis às oscilações dos mercados internacionais.


Insegurança alimentar severa diminuiu


No caso brasileiro, houve avanços importantes nos indicadores de acesso a alimentos saudáveis. A proporção de pessoas que não tinham condições de adquiri-los caiu de 29,8% em 2021 para 23,7% em 2024. Outro dado relevante é a redução da prevalência de insegurança alimentar severa, indicador que leva em consideração, não apenas a disponibilidade de calorias para alimentar a população, mas a qualidade dos alimentos acessados (em termos sanitários, nutricionais e culturais): entre 2022 e 2024, esse índice foi de 3,4%, uma queda expressiva em relação ao pico de 7,3% registrado entre 2019 e 2021.


Nesse contexto, a biodiversidade na produção de alimentos desempenha um papel essencial para a segurança alimentar, pois garante a resiliência das produções e maior diversidade de alimentos disponíveis. Ela contribui para a fertilidade, a estrutura, a qualidade e a saúde do solo; garante a polinização das lavouras; e auxilia no controle de pragas. Também promove a melhoria da qualidade da dieta, eleva a produção agrícola e os rendimentos futuros, possibilita o desenvolvimento de novas culturas e preserva a produtividade de ecossistemas marinhos. A variedade genética fortalece a adaptação dos sistemas agroalimentares frente a ameaças como patógenos e mudanças climáticas.


Em última instância, a diversidade de alimentos in natura e minimamente processados disponíveis no mercado interno também influencia diretamente as escolhas alimentares da população. Uma alimentação mais diversa pode ser uma aliada para mitigar questões complexas e atuais, como a obesidade, cujo avanço global tem sido motivo de preocupação entre os pesquisadores responsáveis pelo relatório SOFI.


Apenas um em cada 100 brasileiros consome regularmente alimentos biodiversos


Pesquisas mostram que, no Brasil, a rica biodiversidade da produção alimentar não se reflete nos padrões de consumo da população. Essa diversidade inclui, por exemplo, o aproveitamento de cogumelos, carnes de caça e plantas alimentícias não convencionais. Um estudo de Sávio Marcelino Gomes e colaboradores, publicado em 2023 na Scientific Reports, aponta que apenas 1 em cada 100 brasileiros consome regularmente alimentos biodiversos. O dado evidencia um descompasso entre a abundância de recursos naturais do país e o que, de fato, chega ao prato dos brasileiros.


Além disso, os sistemas alimentares — que abrangem todas as etapas, processos e atores do plantio ao preparo, consumo e descarte dos alimentos — são responsáveis por cerca de 70% das emissões de gases de efeito estufa no Brasil. Repensar esses modelos, com foco na diversidade e na sustentabilidade, é fundamental para garantir a produção de alimentos nas próximas décadas.


Estudos indicam a necessidade de adotar medidas estratégicas para proteger a biodiversidade nos sistemas alimentares. Entre elas, destacam-se: o investimento em programas educacionais que incentivem a elaboração de planos de transição eficazes junto à população; o fomento à pesquisa científica voltada ao aprofundamento do conhecimento sobre a biodiversidade alimentar, incluindo a identificação, o cultivo e o processamento de alimentos; e, por fim, a implementação de um modelo de governança participativa nos sistemas alimentares, capaz de orientar mercados e políticas públicas em favor de uma produção que valorize a biodiversidade.


Diante de um cenário global marcado pela sobreposição de crises sociais, de saúde, geopolíticas e ambientais, assegurar o direito humano à alimentação exige uma abordagem integrada. Essa abordagem deve considerar não apenas os fatores sociais e econômicos, mas também, e cada vez mais, a urgência climática e o papel estratégico da biodiversidade na construção de sistemas alimentares resilientes e sustentáveis.The Conversation


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Evite as doenças do coração! Veja 3 formas de se manter saudável

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As doenças do coração continuam sendo uma das principais ameaças à vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), elas são responsáveis por 16% das mortes no planeta, ocupando o topo do ranking global de causas de óbito. A boa notícia é que a prevenção pode reduzir bastante esses números.


Sedentarismo, obesidade e alimentação desequilibrada estão entre os grandes vilões da saúde do coração. O ritmo acelerado da vida moderna, com pouco tempo para o autocuidado, favorece más escolhas alimentares e a falta de atividade física — cenário que abre caminho para hipertensão, diabetes e problemas cardíacos.



De acordo com a cirurgiã vascular. Aline Lamaita, da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, e a nutróloga Marcella Garcez, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia, três pilares são fundamentais para manter a saúde cardiovascular: boa alimentação, prática regular de exercícios e sono de qualidade. Entenda como eles funcionam.


Formas de manter o coração saudável


1. A importância da dieta


Uma dieta equilibrada pode ser a melhor aliada contra doenças do coração. De acordo com Lamaita, nutrientes como vitamina C, flavonoides, polifenóis e antocianinas exercem papel antioxidante e ajudam a reduzir o colesterol. “Esses componentes têm importante atuação antioxidante e são capazes de reduzir o colesterol. Quando comemos a fruta, é melhor ainda, pois as fibras do bagaço atuam para evitar o depósito de gordura nas artérias. Além disso, a hesperidina favorece o revestimento interno dos vasos e ajuda na circulação”, explica.


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De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), doenças cardiovasculares são algumas das principais causas de mortes no Brasil. Segundo a instituição, a maioria dos óbitos poderiam ser evitados ou postergados com cuidados preventivos e medidas terapêuticas

Peter Dazeley/ Getty Images
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Para a SBC, a prevenção e o tratamento adequado dos fatores de risco e das doenças do coração podem ser o suficientes para reverter quadros graves. Para isso, é necessário saber identificar os principais sintomas de problemas cardiovasculares e tratá-los, caso apresente algum deles

bymuratdeniz/ Getty Images
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Dentre as doenças cardiovasculares que mais fazem vítimas fatais, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) se destaca. Ele é causado devido à presença de placas de gordura que entopem os vasos sanguíneos cerebrais. Entre os sintomas estão: dificuldade para falar, tontura, dificuldade para engolir, fraqueza de um lado do corpo, entre outros

KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images
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Imagem ilustrativa de pessoa com dor no peito

katleho Seisa/Getty Images
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A cardiomiopatia é outra grave doença que acomete o coração. A enfermidade, que deixa o músculo cardíaco inflamado e inchado, pode enfraquecer o coração a ponto de ser necessário realizar transplante. Entre os sintomas da doença estão: fraqueza frequente, inchaços e fadiga

SolStock/ Getty Images
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O infarto do miocárdio acontece quando o fluxo sanguíneo no músculo miocárdio é interrompido por longo período. A ausência do sangue na região pode causar sérios problemas e até a morte do tecido. Obesidade, cigarro, colesterol alto e tendência genética podem causar a doença. Entre os sintomas estão: dor no peito que dura 20 minutos, formigamento no braço, queimação no peito, etc.

KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images
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Uma das doenças do coração mais comuns, e grave é a insuficiência cardíaca. Ela é caracterizada pela incapacidade do coração de bombear o sangue para o organismo. A enfermidade provoca fadiga, dificuldade para respirar, fraqueza, etc. Entre as principais causas da enfermidade estão: infecções, diabetes, hábitos não saudáveis, etc.

bymuratdeniz/ Getty Images
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A doença arterial periférica, assim como a maioria das doenças do coração, é provocada pela formação de placas de gordura e outras substâncias nas artérias que levam o sangue para membros inferiores do corpo, como pés e pernas. Colesterol alto e tabagismo contribuem para o problema. Entre os sintomas estão: feridas que não cicatrizam, disfunção erétil e inchaços no corpo

manusapon kasosod/ Getty Images
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Causada por bactérias, fungos ou vírus de outras partes do corpo que migram para o coração e infeccionam o endocárdio, a endocardite é uma doença que pode causar calafrios, febre e fadigas. O tratamento da doença dependerá do quadro do paciente e, algumas vezes, a cirurgia pode ser indicada

FG Trade/ Getty Images
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Causada devido à inflamação de outros músculos cárdicos, a miocardite pode causar enfraquecimento do coração, frequência cardíaca anormal e morte súbita. Dores no peito, falta de ar e batimentos cardíacos anormais são alguns dos principais sintomas

Peter Dazeley/ Getty Images
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Além dos sintomas comuns de cada uma das doenças cardiovasculares, cansaço excessivo sem motivo aparente, enjoo ou perda do apetite, dificuldade em respirar, inchaços, calafrio, tonturas, desmaio, taquicardia e tosse persistente podem ser sinais de problemas no coração

Peter Dazeley/ Getty Images
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Segundo a cartilha de Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), apesar de alguns casos específicos, é possível prevenir problemas no coração mantendo bons hábitos alimentares, praticando exercícios físicos e cuidando da mente

andresr/ Getty Images

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Sociedades médicas criticam decisão que exclui Wegovy e Saxenda do SUS

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A decisão da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) de barrar a inclusão dos medicamentos Wegovy e Saxenda, tomada nessa quarta-feira (20/8), levantou críticas de sociedades médicas que fazem tratamento da obesidade e da diabetes, doenças para as quais estes remédios são, respectivamente, alguns dos tratamentos mais inovadores.


Em nota conjunta publicada neste sábado (23/8), a a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) manifestaram preocupação com os efeitos da medida.


A decisão tirou da jogada dois remédios produzidos pela Novo Nordisk: o Saxenda (liraglutida), para o tratamento de pacientes com obesidade e diabetes tipo 2, e o Wegovy (semaglutida), para pessoas a partir dos 45 anos com obesidade e doença cardiovascular.


Segundo as sociedades, negar acesso a tratamentos reconhecidos e aprovados pela Anvisa para doenças cada vez mais prevalentes no país reforça a desigualdade no acesso. “Hoje, sete em cada dez pessoas com obesidade dependem exclusivamente do SUS. Esse sistema que é muito bem delineado, um exemplo para outros países e que deve ser um orgulho nacional, precisa evoluir com urgência no cuidado às pessoas com obesidade”, afirma o texto.



Custos em debate e divergências técnicas


O principal argumento adotado pela Conitec para decidir pela não-inclusão dos dois remédios na lista de tratamentos distribuídos pelo SUS é econômico. Segundo os cálculos apresentados pelos conselheiros, em cinco anos os gastos com os medicamentos poderiam chegar aos R$ 8 bilhões e, por se tratarem de compostos de uso contínuo, trariam um rombo ao orçamento da máquina pública.


A nota das sociedades médicas, porém, diverge dos cálculos apresentados pela Conitec. Para as sociedades médicas, as premissas do impacto trazido à saúde com o tratamento foram reduzidas, focando apenas no objetivo inicial de cada tratamento, sem contar nos benefícios acessórios que cada um deles comprovou em estudos recentes. Segundo os especialistas, estudos apresentados nas audiências públicas mostram vantagens que poderiam reduzir gastos hospitalares de longo prazo.


“A escolha das premissas resultam em valores que inviabilizam as incorporações. Uma vez que nem todos os benefícios da perda de peso estão avaliados nos estudos clínicos utilizados nas análises, não é possível a inclusão dos mesmos nos cálculos técnicos o público esperado atingido acabaram sendo mais elevadas do que poderiam ser, caso fossem adotadas restrições simples populacionais, o que levou à inviabilidade da incorporação”, completa a nota.


Elitização e perguntas sem resposta


As organizações afirmam que a negativa favorece apenas quem pode pagar pelo tratamento em clínicas privadas. O acesso restrito a remédios modernos, segundo o texto, representa “elitização do cuidado” e contraria os princípios de equidade e universalidade do sistema público.


Ainda pensando no custo, as sociedades criticam que até hoje o pedido feito por elas para “a incorporação da sibutramina, que tem um custo mensal de menos de 30 reais” ainda não foi avaliada pela Conitec, mesmo que a solicitação tenha sido feita em dezembro de 2024. A sibutramina é um medicamento usado para o tratamento da obesidade que atua aumentando a saciedade e diminuindo o apetite, mas que teve sua popularidade reduzida devido a sua ampla gama de efeitos colaterais.


A nota das sociedades médicas, entretanto, não responde a outros argumentos apresentados pela Conitec, como dificuldades para a incorporação dos remédios, como a necessidade de acompanhamento multidisciplinar com psicólogos e nutricionistas durante o tratamento, o que sobrecarregaria a fila já grande de acesso a estes especialistas dentro do SUS.


A nota ressalta ainda que a negativa atual se soma a cinco decisões semelhantes desde 2019. Em todas, o argumento central foi o custo elevado. Para as entidades, essa repetição mostra uma postura sistemática que desconsidera impactos clínicos mais amplos.


Prevenção da obesidade não basta, diz nota


Outro ponto criticado é a sugestão de condicionar o fornecimento de medicamentos a medidas de prevenção populacional, como rotulagem de alimentos e restrições à publicidade infantil. Para as entidades, isso perpetua a falta de alternativas no SUS.


Os presidentes da Abeso, da SBD e da SBEM lembram que a obesidade impacta de forma desigual a sociedade. Mulheres negras, periféricas e de baixa renda estão entre os grupos mais afetados. Sem acesso a opções de tratamento, permanecem em situação de maior risco.


A nota também cita exemplos de políticas públicas que, na visão das sociedades, seguem inconsistentes. Entre eles, a inclusão de macarrão instantâneo na cesta básica e a exclusão de sucos açucarados da tributação seletiva prevista para refrigerantes.


As entidades afirmam que continuarão a pressionar gestores públicos por soluções que ampliem o acesso. Segundo os presidentes das sociedades, a incorporação de remédios deve ser combinada a programas de reeducação alimentar e acompanhamento multiprofissional.


Farmacêutica defende entrada no SUS


A farmacêutica Novo Nordisk, que fabrica os dois medicamentos, afirmou em nota que entende as dificuldades fiscais do país, mas reforça que os estudos comprovam eficácia e custo-efetividade. A empresa diz que seguirá em diálogo com autoridades e municípios.


Para especialistas, a decisão expõe o dilema entre inovação e orçamento. A pressão de sociedades médicas, empresas e pacientes tende a manter o tema em debate. Enquanto isso, porém,quem depende do SUS seguirá, novamente, sem o mesmo acesso a tratamentos que já estão disponíveis em consultórios privados.


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Ciclista atropelado fica 9 meses com peça de bicicleta na barriga

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O atleta Mykaell Christopher Santos Vieira, de 22 anos, teve seu sonho de disputar competições de karatê interrompido ao ser atropelado em março de 2023 enquanto andava de bicicleta. Ele ia ao trabalho — atuava como empacotador em um mercado para juntar dinheiro para participar das competições — quando um carro saindo de um estacionamento avançou sobre ele.


O acidente foi grave e Mykaell foi levado de ambulância para o Hospital de Emergência Oswaldo Cruz, em Macapá (AP), onde ele vive. O atendimento dado ao atleta, porém, não identificou que o acionador de freio da bicicleta havia se alojado perto de sua pelve com o impacto da batida.



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Dores por 9 meses


Durante os 9 meses em que o objeto metálico esteve instalado em sua barriga, o atleta reclamou de dores na região. “Eram muito fortes, sentia dores no abdômen e quadril e muitas vezes fiquei mancando ou arrastando a perna. Eram dores parecidas com pontadas, mas em uma escala muito grande. Eu não conseguia nem caminhar direito”, lembra o jovem.


As dores intensas fizeram, inclusive, o Mykaell ser demitido do trabalho no mercado — os chefes o acusaram de estar fazendo “corpo mole”. O problema também comprometeu sua capacidade de treinar. Sem conseguir mais suportar as dores, em novembro de 2023 ele fez exames de imagem, pagos por conta própria, que revelaram que a peça dentro do seu corpo.


“Foi um choque! Eu, sendo atleta, sabia que tinha passado por um risco muito grande de movimentação por ter aquele manete ali, então o procedimento foi feito às pressas”, diz. Segundo o macapaense, os médicos chegaram a informá-lo que ele havia sofrido um grave risco de ficar em cadeira de rodas ou falecer por infecções e movimentações da peça em seu organismo.

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Exame de imagem mostra peça alojada no quadril do jovem

Reprodução/Acervo pessoal2 de 2

Ele ficou nove meses com a peça metálica em seu corpo

Reprodução/Acervo pessoal

Lidando com o trauma


Mykaell voltou ao hospital em que foi operado inicialmente e exigiu a retirada da peça de seu corpo. Após a cirurgia, ele recebeu alta e não sentiu mais dores.


A recuperação, porém, envolveu meses de fisioterapia, uso de muletas e afastamento dos treinos. A interrupção ocorreu em fase decisiva da carreira, quando ele se preparava para exames de faixa preta e competições de karatê.


Hoje, o atleta voltou a treinar e conseguiu, graças à fisioterapia, voltar a caminhar normalmente. O trauma, porém, afetou também sua saúde mental. “Desenvolvi um quadro de depressão e ansiedade severa. Tive várias crises e pesadelos com os médicos falando que, pela lógica, eu deveria estar morto”, lembra.


Decisão judicial dá indenização de R$ 91 mil


Após o trauma, Mykaell procurou um advogado em busca de um ressarcimento pelos danos de saúde e pelos prejuízos que enfrentou pelo descuido da equipe médica.


O caso resultou em ação de indenização por danos morais contra o Estado do Amapá. A Justiça reconheceu a omissão específica no atendimento e confirmou a responsabilidade civil do hospital diante da negligência médica, mas o estado recorreu. O Tribunal de Justiça do Amapá negou o recurso e fixou a indenização em 25 salários mínimos.


Atendimento falhou, diz jovem


Para Mykaell, é evidente que houve um descaso no atendimento dado a ele. “Os médicos só pediram raio-x do tórax e do joelho, mas eu disse que estava sentindo fortes no quadril e eles não examinaram. Só fizeram uma sutura”, diz o jovem macapaense.


O médico Marcelo Tadeu Caiero, presidente da Sociedade Brasileira do Trauma Ortopédico (SBTO), explica que o procedimento padrão para atendimento de motoqueiros e ciclistas atropelados inclui a realização de exames de imagem para avaliar a presença de corpos estranhos ou de traumatismos no quadril.


“Geralmente, o acidentado sofre fraturas nos membros inferiores e quadril, nos membros superiores, além de lesões na cabeça e no pescoço. Podem ocorrer, ainda, hemorragias causadas por rupturas de grandes vasos, lesões nos órgãos vitais ou infecções generalizadas decorrentes dos traumas, com alto risco de morte”, explica.

A Secretaria de Saúde do Amapá foi procurada para comentar o caso, mas não respondeu até o fechamento da reportagem.


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Pode comer queijo na dieta? Entenda os benefícios e os cuidados

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O queijo é um dos alimentos mais queridos pelos brasileiros. De acordo com o IBGE, cada pessoa consome em média 2,2 quilos por ano. Apesar de saboroso e nutritivo, especialistas alertam: o consumo deve ser moderado. Duas fatias – cerca de 30 gramas por dia – já são suficientes para aproveitar suas propriedades sem exageros.


“A recomendação é consumir o queijo de forma distribuída na dieta, em lanches ou ralado na salada. Evite o consumo exagerado em uma única refeição, como naquela pizza de quatro queijos do final de semana. Além disso, é preciso ficar atento às quantidades adicionadas nos lanches e refeições como massas, por exemplo”, orienta Patrícia de Moraes Pontilho, nutricionista e coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera.

Queijo: um alimento versátil e rico em nutrientes


O queijo é, segundo muitos especialistas, um alimento processado saudável. Ele é feito a partir da coagulação do leite com adição de enzimas, seguida da remoção do soro. Os queijos mais duros, como o parmesão, ficam mais tempo prensados e, por isso, têm menos soro em sua composição.



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Segundo Patrícia, a variedade de nutrientes presentes no queijo ajuda na prevenção de doenças e favorece o bom funcionamento do organismo. Entre os principais componentes estão:



  • Probióticos – microrganismos que equilibram a flora intestinal, prevenindo prisão de ventre e diarreia.

  • Proteínas – promovem maior saciedade e podem auxiliar no emagrecimento.

  • Oligoelementos – atuam em processos metabólicos, como balanço hormonal, hidratação celular e transporte de oxigênio.


Leia a reportagem completa no Saúde em Dia, parceiro do Metrópoles.


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Apenas 1,5% dos adolescentes de 15 a 19 anos se vacinaram contra HPV

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A campanha do Ministério da Saúde para vacinar adolescentes de 15 a 19 anos contra o HPV segue com baixa adesão. Desde fevereiro, pouco mais de 106 mil jovens receberam a dose, o que corresponde a 1,5% do público-alvo estimado em 7 milhões.


A iniciativa, que vai até dezembro, pretende alcançar quem perdeu a imunização oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) entre os 9 e 14 anos de idade.



O vírus do HPV é responsável por 99,7% dos casos de câncer do colo do útero, doença que pode ser evitada com vacinação, rastreamento e tratamento precoces. Para eliminar o câncer, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda coberturas vacinais acima de 90%. No Brasil, a taxa atual na faixa etária de 9 e 14 anos é de cerca de 77%.


“O desafio é grande porque esse público dificilmente procura os serviços de saúde para se vacinar. Por isso, estamos reforçando a vacinação em escolas e outras estratégias para alcançar essa população”, afirma Ana Catarina, coordenadora-geral de Incorporação Científica e Imunização da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente.



O que é o HPV?



  • A infecção por papilomavírus humano (HPV) é uma das mais incidentes.

  • Ela leva ao aparecimento de lesões na pele dos órgãos genitais de homens e mulheres.

  • A textura dessas alterações pode ser suave ou rugosa, com coloração que varia de acordo com o tom de pele.

  • Elas não causam dor, mas são contagiosas.

  • Os sintomas podem ser silenciosos e a melhor forma de prevenção do HPV é evitar o contágio e se vacinar.




Desinformação e mitos


A baixa adesão está ligada, em parte, à desinformação. Um estudo da Fundação Nacional do Câncer, apontou que até 37% dos adolescentes não sabem que a vacina previne o câncer do colo do útero e mais de 30% acreditam que ela poderia ser prejudicial à saúde. Entre pais e responsáveis, 22% achavam que a vacina poderia estimular o início precoce da vida sexual.


“A desinformação, sem dúvida nenhuma, tem um papel muito importante na hesitação vacinal. A hesitação não é só ser contra a vacina, mas também é ter dúvidas”, afirma a pediatra Isabella Ballalai, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

A pesquisa também revelou fragilidades entre profissionais de saúde. Um terço declarou não se sentir seguro para orientar sobre a vacinação e menos da metade se considera responsável por ações educativas.


Para Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), parte da dificuldade está no fato de que os impactos do HPV nem sempre são visíveis. “Os tipos potencialmente cancerígenos podem ou não resultar em sintomas. Por isso, a vacinação é tão importante e quanto maior a proteção das vacinas, melhor”, afirma.


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Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer é um dos principais problemas de saúde pública no mundo e é uma das quatro principais causas de morte antes dos 70 anos em diversos países. Por ser um problema cada vez mais comum, o quanto antes for identificado, maiores serão as chances de recuperação

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Por isso, é importante estar atento aos sinais que o corpo dá. Apesar de alguns tumores não apresentarem sintomas, o câncer, muitas vezes, causa mudanças no organismo. Conheça alguns sinais que podem surgir na presença da doença

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A perda de peso sem nenhum motivo aparente pode ser um dos principais sintomas de diversos tipos de cânceres, tais como: no estômago, pulmão, pâncreas, etc.

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Mudanças persistentes na textura da pele, sem motivo aparente, também pode ser um alerta, especialmente se forem inchaços e caroços no seio, pescoço, virilha, testículos, axila e estômago

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A tosse persistente, apesar de ser um sintoma comum de diversas doenças, deve ser investigada caso continue por mais de quatro semanas. Se for acompanhada de falta de ar e de sangue, por exemplo, pode ser um indicativo da doença no pulmão

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Outro sinal característico da existência de um câncer é a modificação do aspecto de pintas. Mudanças no tamanho, cor e formato também devem ser investigadas, especialmente se descamarem, sangrarem ou apresentarem líquido retido

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A presença de sangue nas fezes ou na urina pode ser sinal de câncer nos rins, bexiga ou intestino. Além disso, dor e dificuldades na hora de urinar também devem ser investigados

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Dores sem motivo aparente e que durem mais de quatro semanas, de forma frequente ou intermitente, podem ser um sinal da existência de câncer. Isso porque alguns tumores podem pressionar ossos, nervos e outros órgãos, causando incômodos

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Azia forte, recorrente, que apresente dor e que, aparentemente, não passa, pode indicar vários tipos de doenças, como câncer de garganta ou estômago. Além disso, a dificuldade e a dor ao engolir também devem ser investigadas, pois podem ser sinal da doença no esôfago

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Risco de câncer e prevenção


De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer do colo do útero é o terceiro mais incidente entre mulheres brasileiras, atrás apenas do de mama e do de cólon e reto. A estimativa é de 17 mil novos diagnósticos por ano até o final de 2025. Em 2024, mais de 6,8 mil mulheres morreram da doença no país.


O HPV também pode provocar verrugas genitais e outros tipos de câncer, como os que afetam vagina, vulva, ânus, pênis e orofaringe. Por isso, especialistas reforçam que a vacinação de meninos também é essencial para proteger os próprios adolescentes e reduzir a circulação do vírus.


Em 2020, o Brasil se comprometeu com a OMS a eliminar o câncer do colo do útero nas próximas décadas. Enquanto países como Austrália e Escócia já registram avanços significativos nesse sentido, o desafio brasileiro é ampliar a cobertura vacinal entre os jovens.


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Por que algumas carnes processadas não devem ser grelhadas

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Muitos consumidores hoje em dia prestam mais atenção à origem da carne que compram em supermercados, mas alguns não sabem que as carnes processadas podem conter altos níveis de nitrito, e isso costuma ser um problema.


Carnes curadas, como linguiças, salsichas e outros embutidos, geralmente contêm o sal nitrito (nitrito de sódio, E 250) na sua composição. Para a indústria, esse aditivo é muito prático, pois atua como um conservante com propriedades antibacterianas, dá à carne uma cor rosa atraente e confere um sabor característico.


Salgar a carne é um dos métodos de cura mais antigos conhecidos para conservar a carne. O sal retira a umidade da carne, criando um ambiente onde as bactérias têm dificuldade para se desenvolver.



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O nitrato é um composto de nitrogênio encontrado naturalmente no solo e usado em fertilizantes para promover o crescimento das plantas. Certas verduras e vegetais como rúcula, espinafre, couve-rábano, beterraba e rabanete podem conter altos níveis de nitrato.


Embora o nitrato em si seja geralmente inofensivo para humanos e animais, ele pode ser convertido em nitrito no corpo ou por bactérias. Em altas concentrações, o nitrito é tóxico porque inibe o transporte de oxigênio no corpo, podendo causar falta de ar, fraqueza muscular e dores de cabeça.


Cozinhar carnes curadas e embutidos até ficarem carbonizadas cria outro problema. O calor desencadeia uma reação química entre o nitrito e as aminas naturalmente presentes na carne, levando a um aumento das nitrosaminas perigosas, que são cancerígenas.


O perigo das nitrosaminas cancerígenas


A maioria das nitrosaminas demonstrou ser cancerígena em estudos com animais, mesmo em doses baixas. Acredita-se também que essas substâncias danifiquem a informação genética (DNA) no organismo.


Em março de 2023, a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) publicou um parecer que classificou dez nitrosaminas encontradas em alimentos como cancerígenas e genotóxicas. As dez nitrosaminas têm as siglas: NDMA, NMEA, NDEA, NDPA, NDBA, NMA, NSAR, NMOR, NPIP e NPYR.


De acordo com a EFSA, a ingestão de nitrosamina em todas as faixas etárias na União Europeia (UE) é tão alta que representa um risco à saúde pública.


Atualmente, a UE recomenda uma ingestão diária máxima de 0,07 mg de íon nitrito por quilograma de peso corporal. Para um adulto que pese 70 quilos, são 4,9 mg de nitrito por dia – o equivalente a 200 g de presunto cozido ou quatro salsichas grelhadas.


Durante um churrasco, esse limite diário pode ser rapidamente excedido, especialmente porque outros alimentos também contêm nitrito.


Foto de churrasqueira com linguiça - MetrópolesCarnes processadas, como salsichas e linguiças, costumam ter alto teor de nitrito

Regulamentações mais rígidas na UE


A partir de outubro de 2025, o Regulamento 2023/2108 da UE reduz os níveis permitidos de nitritos (E 249-250) e nitratos (E 251-252) nos alimentos, particularmente nas carnes processadas, em cerca de 20%.


No entanto, a Coalizão Contra os Nitritos argumenta que mesmo esses limites mais rigorosos são insuficientes. Essa iniciativa internacional, liderada pelo professor Walter Willett, da Universidade de Harvard, visa proibir totalmente os nitritos nas carnes processadas.


“Embora os limites mais rigorosos para os nitritos sejam bem-vindos, eles não são suficientes, pois os nitritos em si — independentemente da quantidade adicionada — podem formar nitrosaminas cancerígenas no corpo humano, especialmente quando a carne processada é cozida em altas temperaturas”, disse Chris Elliott, professor de Segurança Alimentar da Coalizão Contra os Nitritos, à DW.

“Reduzir a quantidade pode diminuir um pouco o risco, mas não pode eliminá-lo. A verdadeira solução é remover completamente a causa. Por que introduzir um produto químico comprovadamente perigoso nos alimentos sem uma boa razão e em quantidades arbitrárias?”, acrescentou.


O Instituto Federal Alemão de Avaliação de Riscos (BfR, na sigla em alemão) também vê de forma crítica os altos níveis de nitritos.


“Do ponto de vista da avaliação de riscos, carnes curadas devem ser consumidas apenas ocasionalmente e em porções moderadas“, disse o BfR à DW. “Como o uso de nitrato e nitrito como aditivos alimentares deve ser listado nos ingredientes dos alimentos embalados, os consumidores podem levar em consideração a presença desses aditivos ao tomarem decisões de compra”.


O nitrito é um foco de pesquisas no Instituto Max-Rubner para Segurança e Qualidade da Carne, com sede em Kulmbach, na Alemanha. O objetivo é desenvolver tecnologias para reduzir ainda mais a formação de nitrosaminas.


Os pesquisadores também estão investigando se o nitrito pode ser substituído por extratos vegetais ricos em polifenóis. Esses compostos naturais são conhecidos por suas propriedades antioxidantes e antimicrobianas. Estudos estão em andamento para determinar se esses efeitos podem ser alcançados em carnes processadas no mercado alemão.


Vários países europeus, incluindo França, Reino Unido e Itália, já produzem produtos comparáveis sem nitritos, com o mesmo sabor, aparência e custo.


“Felizmente, agora existem alternativas comprovadas e mais seguras que permitem a fabricação de salsichas deliciosas, como as frankfurters, sem nitritos”, disse Elliott.


“Essas soluções são frequentemente derivadas de extratos naturais de frutas. Elas oferecem os mesmos benefícios em termos de vida útil e segurança alimentar, sem introduzir precursores de compostos nocivos. A ciência e a tecnologia estão disponíveis. O que precisamos agora é da coragem dos reguladores e da indústria para agir”, afirmou.


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Por que sentimos fome depois de comer maçã e como evitar a sensação

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Incluir maçã na rotina é uma ótima opção para quem busca uma alimentação saudável. A fruta é rica em nutrientes e compostos bioativos poderosos que podem ajudar a prevenir doenças cardíacas e diabetes tipo 2, além de melhorar a saúde digestiva e cerebral. No entanto, algumas pessoas acabam sentindo um efeito indesejado após o consumo dela: fome.


Essa sensação ocorre por uma combinação de fatores, incluindo o horário do consumo e o que a pessoa comeu antes ou junto. Isso porque a maçã é rica em frutose, um tipo de carboidrato simples de rápida absorção.


Quando a fruta é ingerida sem nenhum acompanhamento, especialmente em jejum, rapidamente o açúcar entra na corrente sanguínea, levando a um pico de glicose. Ele cai em seguida, aumentando a sensação de fome.



Por que algumas maçãs dão mais fome que outras?


As diferentes composição de cada maçã provocam reações distintas no organismo. Quanto maior é o nível de frutose e menor é a acidez — como nas maçãs Fuji (mais crocante) e a gala (mais macia) —, mais rápido passa a sensação de saciedade, provocando fome.


Por outro lado, variedades mais ácidas da fruta, como a maçã verde, concentram mais ácido málico e menos açúcar, alterando a resposta do organismo e dando mais saciedade após o consumo.


“Alguns tipos de maçã possuem mais açúcar e menos fibras. Por exemplo, a Fuji tende a ser mais doce do que a verde, que é mais ácida. A quantidade de fibra e o índice glicêmico variam entre os tipos, influenciando na saciedade”, explica a nutricionista Raissa Bomfim, do Hospital Santa Lúcia, em Brasília.


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A maçã ajuda na melhora da saúde digestiva e auxilia no controle do colesterol

Apesar de não ser o fator principal, o ácido málico, composto responsável pelo sabor azedo, também está envolvido no processo. Ele estimula a produção de saliva e sucos gástricos, podendo aumentar o apetite em algumas pessoas.


Horário também influencia


O horário em que a fruta é ingerida também faz diferença. Em jejum ou consumida isoladamente, ela tende a aumentar a sensação de fome em pouco tempo. Porém, quando acompanhada por certos alimentos, o efeito é diferente.


“Comer maçã em refeições ou lanches que contenham proteínas e gorduras atenua esse efeito, mantendo a glicemia mais estável”, destaca o nutricionista Fernando Castro, que atua em Brasília.

Como consumir a fruta sem sentir fome


É possível aproveitar os benefícios da maçã sem sentir mais fome após o consumo. Basta associá-la com os alimentos corretos, como iogurte natural; assá-la com aveia e canela ou servi-la com granola, por exemplo. As combinações equilibram a entrada de nutrientes no organismo e ajudam a manter a energia por mais tempo, além de diminuir o efeito indesejável.


Segundo Raissa, apesar de causar fome em algumas pessoas, a maçã não pode ser vista como vilã na rotina alimentar e sim como aliada. O alimento ajuda a reduzir o risco de doenças crônicas, como diabetes e problemas cardíacos, além de auxiliar na perda de peso indiretamente.


“A maçã é rica em fibras, especialmente pectina, que auxilia na digestão e pode ajudar a reduzir o colesterol. Ela também possui antioxidantes e compostos bioativos benéficos para a saúde digestiva e cardiovascular, como os polifenóis”, finaliza a profissional.

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“Microdosagem” com cogumelos aumentou casos de envenenamento nos EUA

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*O artigo foi escrito pelo professor de química de produtos naturais Joshua Kellogg, da Universidade Penn State, nos Estados Unidos, e publicado na plataforma The Conversation Brasil.


Imagine que você compra um saco de jujubas com o rótulo nootrópico – um termo usado para descrever substâncias que alegam melhorar a cognição e a função mental, ou “drogas inteligentes”. No entanto, poucas horas depois de consumi-las, seu coração começa a acelerar, você sente náuseas e vômitos. Em seguida, você começa a ter convulsões e uma crise epiléptica, o que resulta em uma ida ao hospital.


Você certamente não esperava ter uma reação tão grave a um produto comestível vendido sem receita médica, disponível online. O que aconteceu?


A chamada “microdosagem” de cogumelos tem crescido nos últimos anos, acompanhando uma mudança na política sobre drogas em algumas áreas dos EUA e o aumento no número de pesquisas sobre seus potenciais benefícios para o humor e a saúde mental.


A microdosagem envolve a ingestão de quantidades pequenas de cogumelos psicoativos – menos do que uma dose “normal”, insuficiente para induzir uma “viagem” ou experiência psicodélica – para melhorar o humor, a criatividade, a concentração ou a produtividade.



Cogumelos psicodélicos são ilegais a nível federal nos EUA, classificados como substância de Categoria 1 pela Food and Drug Administration (FDA), embora alguns estados e municipalidades americanos tenham iniciado o processo de descriminalização da posse desses cogumelos.


Essa maior aceitação dos cogumelos e psicodélicos abriu um crescente mercado de produtos comestíveis contendo espécies de cogumelos não alucinógenos que estão nas prateleiras de supermercados, lojas de vaporizadores e até mesmo postos de gasolina, com alegações de que esses produtos melhoram a função mental.


Para atender à demanda, os fabricantes também estão recorrendo a outros tipos de cogumelos — incluindo tanto psicoativos quanto não psicodélicos. Mas alguns deles são potencialmente mais tóxicos, e muitas vezes faltam informações importantes para que os consumidores tomem decisões informadas sobre quais produtos consumir.


Sou um pesquisador de produtos naturais da Universidade Estadual da Pensilvânia, onde meu laboratório se especializa em compreender as moléculas encontradas em plantas, cogumelos e outros recursos naturais e como elas podem beneficiar ou prejudicar a saúde humana. Nossa equipe pesquisa ativamente essas pequenas moléculas para descobrir como elas podem tratar doenças infecciosas e crônicas, mas também as monitora para detectar efeitos tóxicos ou adversos à saúde humana.


Embora os produtos nootrópicos tenham potencial para melhorar a saúde, pode haver pouca transparência em torno de muitos produtos comerciais à base de cogumelos, o que pode ter consequências perigosas.


Química e toxicologia dos cogumelos psicoativos


Os principais componentes psicoativos dos cogumelos “mágicos” tradicionais, encontrados no gênero Psilocybe, são a psilocibina e a psilocina. Essas duas pequenas moléculas são alcaloides que ativam receptores no cérebro para desencadear os principais efeitos psicoativos dos cogumelos mágicos.


Tanto a psilocibina quanto a psilocina têm um alto índice terapêutico – o que significa que geralmente não são tóxicas para os seres humanos, pois a quantidade que deve ser ingerida para ser fatal ou perigosa é mais de 500 vezes a dose na qual se mostrou ser terapeuticamente eficaz.


Portanto, os cogumelos que contêm psilocibina são geralmente considerados como tendo um baixo potencial de toxicidade aguda em humanos, a ponto de se acreditar que é quase impossível atingir uma dose tóxica pelo consumo oral.


Demanda gera diversificação de cogumelos


Com o crescimento da popularidade dos cogumelos psicodélicos, empresas têm procurado maneiras de atender à demanda dos consumidores. E, em alguns casos, isso significou encontrar cogumelos que não contêm psilocibina e, portanto, não são restringidos pela FDA.


O resultado foi um aumento na oferta de produtos que não envolvem complicações legais, o que significa que existem produtos que podem conter outros tipos de cogumelos, incluindo juba de leão, chaga, reishi, maitake e um gênero de cogumelos chamado Amanita, que pode ser alucinógeno.


Os Amanita são cogumelos venenosos com manchas brancas e “chapéu” vermelho por excelência — a imagem estereotipada de um cogumelo. Esses fungos contêm compostos muito diferentes em comparação com os cogumelos Psilocybe, como muscarina e ácido ibotênico. Esses compostos funcionam de maneira diferente no cérebro e, embora também sejam capazes de produzir experiências psicodélicas, são geralmente considerados mais tóxicos.


Produtos nootrópicos e outros produtos à base de cogumelos são frequentemente encontrados como comestíveis, incluindo chocolates e jujubas. No entanto, há pouca fiscalização em relação à rotulagem dos ingredientes desses suplementos alimentares; os produtos que têm uma mistura patenteada de ingredientes geralmente não precisam informar os ingredientes individuais ao nível da espécie.


Isso protege os segredos comerciais relativos a misturas exclusivas de ingredientes, mas também pode obscurecer a composição real de alguns produtos nootrópicos comestíveis e de microdosagem. E isso pode ter consequências perigosas.


Aumento nos casos de efeitos adversos


A explosão na oferta de produtos nootrópicos à base de cogumelos levou ao surgimento de uma grande variedade de produtos no mercado que podem conter quantidades de cogumelos muito diferentes, muitas vezes com misturas de várias espécies. E, com poucas diretrizes de rotulação em vigor, pode ser difícil saber exatamente o que você está tomando.


Um estudo de caso no estado americano da Virgínia envolveu cinco pessoas que foram hospitalizadas após ingerirem jujubas de diferentes marcas nootrópicas rotuladas como contendo muscarina, muscimol e ácido ibotênico, todos compostos encontrados nos cogumelos Amanita.


Uma análise de acompanhamento de marcas de jujubas disponíveis localmente que continham ingredientes “nootrópicos de cogumelos” revelou a presença de psilocibina, mas também de cafeína, do estimulante efedrina e de mitraginina, um analgésico potente encontrado em produtos vegetais do sudeste asiático, como o kratom.


Nenhum desses ingredientes estava listado no rótulo do produto. Portanto, o coquetel de cogumelos e substâncias a que essas pessoas foram expostas não estava necessariamente refletido no rótulo no momento da compra.


O aumento do uso de outros cogumelos potencialmente tóxicos em produtos vendidos sem receita médica tem se refletido nos casos de envenenamento relatados nos Estados Unidos. Em 2016, dos mais de 6,4 mil casos de intoxicação relacionados a cogumelos nos EUA, apenas 45 foram causados por cogumelos do gênero Amanita.


Nos últimos anos, desde que certos estados começaram a descriminalizar a psilocibina, os EUA viram um aumento nas chamadas e denúncias aos centros de controle de intoxicações de pessoas sentindo náuseas e apresentando vômitos, convulsões, sintomas cardiovasculares e outros efeitos adversos após ingerir produtos comestíveis à base de cogumelos, como chocolates e jujubas.


Isso levou a uma investigação em vários estados iniciada em 2023, que revelou mais de 180 casos em 34 estados de pessoas que haviam ingerido uma marca específica de produtos comestíveis à base de cogumelos, a Diamond Shruumz.


Um recall em 2024 exigiu que as lojas removessem esses produtos de suas prateleiras. E, no final de 2024, a FDA divulgou um alerta para consumidores e fabricantes sobre os perigos associados aos cogumelos Amanita, afirmando que eles “não atendem ao padrão de Geralmente Reconhecido como Seguro (GRAS, na sigla em inglês), e que os cogumelos Amanita são aditivos alimentares não aprovados”. Apesar desse alerta, tais produtos ainda estão disponíveis.


Mesmo quando um produto é rotulado com os ingredientes relevantes, os cogumelos são notoriamente fáceis de serem erroneamente identificados quando coletados. Inúmeras espécies de cogumelos têm formas, cores e hábitos semelhantes.


Mas, apesar de suas semelhanças visuais, esses diferentes cogumelos podem ter composições químicas e toxicidades drasticamente diferentes. Isso afeta até mesmo os coletores de cogumelos comestíveis, com centenas de visitas a prontos-socorros devido à identificação incorreta de fungos todos os anos nos Estados Unidos.


Atualmente, há pouca regulamentação ou supervisão para a identificação das espécies presentes em suplementos alimentares ou produtos comestíveis à base de cogumelos vendidos sem receita médica, deixando os consumidores à mercê dos produtores em listarem com precisão todos os materiais e ingredientes crus nos rótulos.The Conversation


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