Por: Kelven Andrade
A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, usou as redes sociais para se pronunciar sobre o caso de agressão contra Juliana, vítima de violência dentro de um elevador — cena que chocou o Brasil nos últimos dias. Em tom de indignação e apelo, Celina ressaltou que o caso não deve ser tratado como um episódio isolado, mas como reflexo de uma realidade vivida diariamente por milhares de mulheres brasileiras.
“Quando a gente olha o vídeo da agressão contra a Juliana, é como assistir um grito sufocado se tornar visível. É como se o nosso país inteiro tivesse entrado naquele elevador com ela”, afirmou. A vice-governadora destacou que a violência não começa com o soco, mas com atitudes muitas vezes naturalizadas, como o ciúme disfarçado de cuidado e os primeiros sinais de controle emocional. “Começa quando dizem pra nós mulheres que é exagero, que ele só perdeu a cabeça”, pontuou.
Celina enfatizou que Juliana sobreviveu, mas que outras mulheres não têm a mesma sorte. Para ela, o caso revela o quanto a sociedade ainda falha em proteger as vítimas, sobretudo aquelas que não têm imagens ou provas para sustentar suas denúncias. “Nenhuma mulher deveria depender da sorte ou de uma câmera de segurança para que sua palavra seja levada a sério.”
A vice-governadora também criticou o silêncio social que contribui para a perpetuação da violência doméstica, lembrando que o feminicídio é, na maioria das vezes, o desfecho de uma longa escalada de agressões psicológicas, físicas e morais. “A cada recado ignorado, a cada denúncia desprezada, a cada vizinho que prefere não se meter, nós estamos empurrando outra mulher para o mesmo elevador em que Juliana quase perdeu a vida.”
O caso trouxe à tona a urgência de combater o machismo estrutural e reforçar a rede de apoio às mulheres vítimas de violência. A vice-governadora reforçou a importância de compartilhar a mensagem e ampliar a conscientização: “Compartilhe esse vídeo com o máximo de pessoas que puder para que a violência tenha um fim no nosso país.”
O número 180 é o canal de denúncia anônima e gratuito que funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. Ele é o principal meio para que vítimas e testemunhas denunciem casos de violência contra a mulher, recebendo orientações e encaminhamentos para os serviços de proteção e acolhimento.
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